14 de março de 2009

O TRATAMENTO DEVE BASEAR-SE NO INDÍVÍDUO NÃO NA DOENÇA

Segundo o pensamento clássico chinês, vários fenômenos interrelacionam-se como parte de um padrão. Na Medicina Chinesa, os aspectos mentais, emocionais e doenças físicas estão firmemente relacionados. O indivíduo é analisado como um todo, de forma global, tanto no diagnóstico quanto no tratamento. Baseado nesta concepção, a doença, na Medicina Chinesa, pode significar apenas a observação de um paciente específico, em um tempo específico. Ou seja, o tratamento na Medicina Tradicional Chinesa está baseado mais no indivíduo do que na doença propriamente dita (BENSKY; O’CONNOR, 1996)

A doença é vista como desordens no corpo e o tratamento tem como objetivo regular ou “harmonizar” o corpo adequadamente. Os chineses, então, buscam a harmonia entre o individuo e o ambiente; entre os relacionamentos sociais e naturais. O ideal chinês de saúde é um sentimento positivo, de harmonia e de bem-estar. (BENSKY; O’CONNOR,1996)

Segundo Illich (apud Nogueira, 2003). reafirma ser a saúde como parte de uma totalidade existencial que inclui não só o mundo que nos circunda, e no qual realizamos nossas tarefas e convivemos com as pessoas, como também inclui todo o processo de sofrimento humano e a perspectiva da morte. A saúde, na vigência do sofrimento e da angústia que pode lhe acompanhar, é um modo de lidar com o que somos e podemos ser, e com todas nossas possibilidades de cura, não num mundo ideal, mas no mundo em que estamos aqui e agora. Isto significa que numa compreensão da dimensão existencial da cura temos que enfocar tudo aquilo que lanço mão para lidar com os problemas de saúde que me afligem. Uma compreensão existencial busca apreender quais são os modos principais em que o ser do homem lida com todas essas realidades, existindo não em abstrato (como corpo ou espírito), mas como ser no mundo, junto com as tarefas que têm de desempenhar no seu dia-a-dia e na convivência com seus companheiros de sociedade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário