10 de fevereiro de 2012

A SÍNDROME DO COELHO DE ALICE.


Nossos pacientes trazem uma carga emocional que afeta suas sensações desencadeando um complexo de reações ou uma Síndrome que não se encaixa em nenhuma das reconhecidas cientificamente ou catalogadas nos anais da Medicina Tradicional chinesa.        
Observamos que a partir do momento que tratamos o indivíduo como “um todo” buscando focar nas primeiras sessões, geralmente nas duas primeiras, utilizando pontos de acupuntura que relaxem e clareiem a mente, surge à possibilidade do esclarecimento de dúvidas e incertezas, quanto aos seus sintomas e somente então aflora o verdadeiro quadro patológico deste indivíduo.
As dificuldades crescentes que vivemos os vários tempos em um só, àquela sensação que estamos sempre atrasados para algo que não sabemos exatamente o que é, que podemos entitular de a “Síndrome do Coelho de Alice” da fábula de “Alice no País das maravilhas”, que anda sempre correndo com um relógio na mão e quando questionado para aonde vai, ele não sabe. 


A globalização nos deixou presos a um espaço de tempo em que ocorrem várias situações imprevisíveis e que nos faz viver, um ano em um dia.Também desabriga nossa mente e desestabiliza a energia que nos mantêm saudáveis, desequilibra nosso “Qi” e confunde nossas emoções trazendo reações psíquicas, que afetam diretamente nosso corpo físico. Invertemos valores e acreditamos firmemente que estamos errados e que devemos nos esforçar mais e mais, para alcançar nossos objetivos, ou o que achamos que são nossos objetivos. Uma vez em desarmonia nosso organismo trabalha desordenadamente em déficit energético até a exaustão, levando aos mais estranhos sintomas, que mascaram o real motivo que nos fez adoecer.
Para tanto o profissional de acupuntura deve estar atento e ser sensível e perspicaz, para eliminar fatores psicossomáticos, e efetivamente chegar ao verdadeiro sintoma que poderemos chamar de “reação física pela física”.Caso contrário estará iludido quanto ao plano terapêutico estabelecido para nosso paciente/cliente e consequentemente ausência de resultados positivos.
Conforme podemos constatar nos resultados obtidos em nosso dia a dia, a acupuntura cada vez mais se aproxima do homem pela sua abrangência e visão holística, que deixa possivelmente a desejar em outras terapias. Em artigos científicos são relatados os sucessos com as patologias psiconeurológicas, que vêem alcançando efeitos fantásticos, a despeito de tratamentos prolongados com medicações que podem levar em médio prazo, a impregnações medicamentosas, causando efeitos secundários ainda piores que os de origem.
Na verdade sabe-se que estamos no “Século do Cérebro” e ainda nem o deciframos ‘quiçá’ dominarmos. Essa intrínseca obra composta de bilhões de feixes nervosos com uma carga energética descomunal, que diariamente nos surpreende, com seus sinais e códigos muitas vezes indecifráveis.
             O homem precisa ser visto como ele é, com problemas e soluções e ser ouvido  através de todos seus sentidos, para podermos obter o tão esperado diagnóstico preciso.